A partir de hoje vou começar a dividir com vocês análises, informações sobre o mercado, tendências e outros temas da hotelaria sob o meu ponto vista. A ideia é trazer sempre assuntos relevantes e atuais do setor, que nos ajudem a traçar um caminho para os negócios e tomada de decisões. Mas antes de começar este primeiro texto, vou contar um pouco da minha história e como cheguei até aqui.
Desde criança, viajar sempre foi um desejo. Sou de Florianópolis (SC) e meu destino de férias era sempre Araxá (MG) para ver parte da minha família. Lá eu sempre visitava o icônico Grande Hotel Termas de Araxá, que se tornou parte da minha infância e creio que foi neste período – e por causa deste hotel – que minha paixão por hotelaria deu início. Assim, escolhi estudar na faculdade de Turismo e Hotelaria em Balneário Camboriú (SC). Após concluir o curso e passar um ano na Austrália, desembarquei em São Paulo para um estágio não remunerado de apenas três meses em uma empresa de consultoria hoteleira, e aqui estou há mais de 20 anos.
Uma pessoa essencial na minha trajetória foi o Roland de Bonadona, com quem trabalhei no Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, o FOHB. Lembro que Bonadona perguntou o que eu queria da minha vida profissional. Respondi que desejava trabalhar com desenvolvimento de hotéis na Accor, e consegui. O que me atrai na da área de desenvolvimento é que sempre observei a hotelaria como negócio, e não com o viés operacional. O que me fascina é ver um terreno, imaginar qual o melhor produto para aquela localização, qual a quantidade de quartos ideal, qual o posicionamento mais adequado, pensar em qual marca será a melhor para o hotel, a quantidade de empregos que vai gerar na região, sem esquecer do mais importante: a viabilidade econômico-financeira daquele investimento.
Hoje ocupo a posição de vice-presidente sênior de Desenvolvimento e Novos Negócios da Accor na América do Sul, e me sinto feliz de fazer parte de um grupo tão diverso, inovador e disruptivo, que é líder de mercado na região. O ano de 2020, como todos vocês sabem, foi muito desafiador para o Turismo, em razão da pandemia do coronavírus. Apesar do momento difícil, que gerou redução de 62% no Revpar, temos boas notícias como aberturas e novas oportunidades de serviço.
A Accor atingiu a marca de 14 novos hotéis abertos na América do Sul (1.800 quartos), além de assinar 13 novos contratos, o equivalente a 1.565 quartos, permanecendo em um ritmo semelhante aos anos anteriores. Em paralelo, buscamos novas alternativas de receitas, incluindo os serviços de coworking com o lançamento da marca WOJO e o delivery dos restaurantes. Ainda aumentamos a produtividade dos colaboradores, que viraram multitarefas nos hotéis, flexibilizamos as tarifas por conta das incertezas e restrições de viagem dos hóspedes, e ainda desenvolvemos protocolos do selo ALLSAFE, com certificação do Bureau Veritas.
Para este ano, a expectativa é inaugurar 30 hotéis, dentre os mais de 100 projetos que já estão no nosso pipeline. E no topo das prioridades para expansão do portfólio está a ampliação de conversões e franquias, principalmente com o lançamento do selo By Mercure. Outras marcas fortes para franquias de hotéis independentes são a tradicional família ibis, Novotel, Mercure e Grand Mercure.
Temos também investimentos na categoria lifestyle, que é a grande aposta da Accor. E falando em lifestyle, recentemente fechamos dois grandes acordos. O primeiro foi com a Ennismore, que tem em seu portfólio a marca The Hoxton. Absorvemos a empresa e ela virou um braço para operação das nossas 12 marcas lifestyle. O outro acordo foi com o Grupo Faena, que já possui hotéis em Buenos Aires e Miami. Contar com o apoio de um cara brilhante e inovador como o Alan Faena é um diferencial, e nos deixa animados. Com toda certeza, haverá novidades aqui na região.
Com o avanço da vacinação, acreditamos no início da recuperação ao redor do mundo. E na América do Sul, especificamente, vemos um grande potencial de crescimento no lazer, e apostamos que 2021 será o ano das franquias e conversões. Vamos focar em uma estratégia voltada especificamente para as franquias, pois nosso objetivo é alcançar 42 mil quartos de hotéis até 2024 no continente nesta modalidade. Para saber mais detalhes sobre o modelo de negócio, acesse:
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